Animais silvestres não são animais de companhia.
Por Loren Claire
Canales (da Redação)
Ao retirar
animais silvestres de seu habitat natural e tentar domesticá-los, são causados
danos ao ecossistema e inclusive o ser humano é colocado em situações de risco.
As informações são do El Nacional.
Araracanga ou
arara-vermelha-pequena (Foto: Jean-Christophe Verhaegen/AFP).
A beleza
exótica dos animais silvestres pode seduzir a muitos que tentam capturá-los ou
comprá-los de maneira ilegal para tê-los como animais de companhia.
Para muitas pessoas é uma situação comum tutelar um
papagaio, macaco ou uma cobra em casa, na cidade e distantes de seu habitat
natural. “Para domesticar um animal devem decorrer milhões de anos”, disse
Gracia Marquís, médica veterinária e idealizadora da Fundação Penas e Caudas em
Liberdade (Fundación Plumas y Colas en Libertad), ONG que resgata espécies
selvagens e mantém programas de educação sobre o tema.
O que muitos
ignoram é que manter espécies silvestres como animais de companhia não causa
danos apenas aos animais, mas pode também ser um risco para a saúde dos humanos
que convivem com eles.
As razões:
Luis
Morales, professor e zoólogo do Instituto de Zoologia e Ecologia Tropical da
Universidade Central da Venezuela, explica que há vários fatores que levam as
pessoas a manter estes animais em casa. O primeiro fator são as tradições
locais em várias partes do país, como, por exemplo, o costume de ter papagaios
e maritacas.
Grecia
Marquís também acredita que, além do capricho de possuir um animal exótico em
casa, a ignorância das pessoas sobre o quanto sofrem estes animais é atribuída
a falta de informação e campanhas por parte das autoridades e por isso as
pessoas praticam o comércio e a captura. “Os animais selvagens não devem ser
capturados para serem domesticados, nem presos em residências ou em qualquer
outro tipo de construção. Uma grande parte dos filhotes de aves retirados da
natureza morre antes de ser vendida ou presa em gaiolas na cidade”, explica
Luis Morales.
De acordo
com o especialista, muitas espécies jamais chegam a ser realmente domesticadas,
pois quando são filhotes, os mamíferos selvagens parecem ser amistosos, mas ao
chegar a idade adulta sua conduta pode mudar de forma imprevisível. Tanto as
aves como os mamíferos silvestres desenvolvem condutas anormais quando estão
confinados e existe a possibilidade de se tornarem perigosos.
Morales também
explica que cada animal é parte de uma rede de interações com animais da mesma
espécie e que em contato com outras. Ao destruir um ninho de aves ou uma
família de mamíferos, por exemplo, estamos exercendo um grande impacto sobre o
ecossistema. E adverte que também há consequências negativas para os humanos
que confinam estes animais, pois estes podem ser portadores de doenças,
parasitas e outros agentes patogênicos que são transmitidos a animais
domésticos e possivelmente a pessoas.
Proteção:
As leis na Venezuela
penalizam a captura e o comércio destes animais. “É ilegal capturar fauna
silvestre, exceto com fins concretos, delimitados no regulamento vigente e com
uma licença extremamente rigorosa”, disse Morales. Acrescenta que a Lei Penal
do Ambiente estabelece sanções com multa e detenção para diferentes tipos e
graus de transgressões ambientais, incluindo o assédio, a captura,
aprisionamento e qualquer outro dano causado a fauna silvestre, sobretudo as
espécies durante o período de reprodução, ameaçadas ou em perigo de extinção.
Outro grande
problema que denuncia a Fundação Penas e Caudas em Liberdade é a libertação
destas espécies que vivem em lugares que não correspondem ao seu habitat
natural, e que em alguns casos andam com cordas amarradas a cintura, causando
cortes na pele a medida que crescem e por isso se tornam muito agressivos.
Com relação
à criação de aves, mamíferos e peixes silvestres para serem vendidos nas
estradas, pequenas cidades e lojas, Morales acredita que isto continua
acontecendo porque as leis não são cumpridas. Para Marquís, a legislação deve
vir acompanhada de outras ações. Na sua opinião, em um país com a diversidade
que a Venezuela tem, fazem falta centros de reabilitação e de resgate de fauna
silvestre que recebam os animais apreendidos na fronteira ou nos aeroportos e
que ofereçam tratamento médico e psicológico para logo serem libertados em seu
habitat.
Na Fundação
Penas e Caudas em Liberdade acreditam que os cidadãos podem ajudar a evitar o
comércio ilegal. Em seu site, a ONG expõe que a melhor forma de deter este tipo
de mercado é não comprando estes animais. “Basta somente nos questionarmos se
queremos um prisioneiro em casa”, enfatizam.
(Publicado por Anda – Agência de Notícias de Direitos
Animais)
*** Enquanto isso,
neste país da impunidade, da leniência, do “pode tudo”, ainda fazem leis pra
permitir que se criem animais silvestres em cativeiro pra comércio, explorando
esses animais, e, pasmem, o Ibama fez uma portaria, que, neste país, é mais poderosa
do que a lei, liberando os criminosos ambientais que capturaram animais
silvestres na natureza pra que possam ficar com eles!!! Pode??? Essa gentalha
não tem mesmo vergonha na cara!!! O Brasil chegou ao fundo do poço. Está na
hora de começar a subir. Esses são os responsáveis em grande parte pela
extinção de várias espécies de animais, que nunca mais existirão. E ainda tem
gente que defende esses criminosos.
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