Pets: 10 perigos das festas de final de ano
Enfeites
atrativos, casa cheia de convidados, alimentos à disposição... As comemorações
de Natal e Réveillon são ótimas para os donos, mas oferecem situações de risco
para os animais de estimação. Especialistas indicam os 10 acidentes mais comuns
nesta época e dão dicas de como evitá-los.
Por Vanessa Lima
Um brinquedo
gigante cheio de bolinhas para puxar e morder. Provavelmente, é assim que o seu gatinhoenxerga
aquela linda árvore de Natal que você montou na sala. O resultado?
Nem sempre os enfeites chegam intactos ao dia 25 de dezembro. Mas isso é o
de menos. Pior mesmo é quando as comemorações de fim de ano causam acidentes –
alguns até fatais – para ospets. “As festas podem ser catastróficas para os
bichos, porque aumentam a quantidade de pessoas na casa e, com isso, a oferta
de petiscos”, alerta a veterinária Ana Paula Madeira, do Hospital
Veterinário Pompeia.
A atenção
deve ser redobrada se o animal de estimação tiver pouco tempo de vida. “O
perigo está nos filhotes de cães e gatos, que têm atração pelos penduricalhos.
Em geral, os cachorros adultos não se interessam tanto pelos enfeites”, diz a
doutora Carla Alice Berl, do Hospital Veterinário Pet Care.
Listamos os
10 maiores perigos que o Natal e o réveillon oferecem. Confira e saiba o que
fazer para proteger o seu melhor amigo:
1. BOLINHAS DE NATAL
Vários
objetos redondos pendurados na árvore de Natal podem parecer um brinquedo
divertido para o seu bichinho. “Já atendemos casos de gatos que chegaram a
engolir uma bolinha inteira”, afirma a veterinária Carla Berl. “Os cachorros –
principalmente os filhotes – costumam morder e ingerir pedaços dos enfeites”,
completa. A melhor solução é deixar o pinheiro em um local fora do alcance dos
animais e ficar sempre de olho. Também existem produtos vendidos em pet centers
para afastá-los. É só aplicar uma pequena quantidade nos objetos. Os bichos vão
desistir da "tentação" depois da primeira lambida, por causa do gosto
ruim.
2. PISCA-PISCA
Quem não
gosta de ver o pinheiro de Natal todo iluminado quando anoitece? O problema é
que as luzinhas oferecem grande perigo para os animais de estimação, que podem
morder o fio e se machucar. “O pisca tem risco de choque elétrico e pode
causar queimaduras na língua e no focinho, além de alterações neurológicas ou
metabólicas mais graves”, explica Ana Paula Madeira. A indicação é a mesma das
bolinhas: mantenha o enfeite longe do animal e fique sempre atento ao
comportamento dele.
3. COMIDA
Peru,
bacalhau, panetone. Você merece todas as delícias da ceia de Natal e de
ano-novo, mas elas podem ser prejudiciais à saúde do seu melhor amigo. Resista
bravamente àqueles olhares pidões e não ofereça pedacinhos de comida para os
bichos. Peça para os seus convidados fazerem o mesmo. “Todos os anos atendemos
vários animais intoxicados, com vômitos e diarreia. Eles comem algo a que não
estão acostumados e acabam passando mal”, conta Carla.
4. BEBIDA ALCOÓLICA
Nesta época
do ano alguns animais chegam aos hospitais veterinários – pasme! – em coma
alcoólico. “Isso acontece porque as pessoas costumam esquecer copos cheios em
lugares de fácil acesso”, diz Ana Paula. Alguns donos acreditam que, se a
bebida não faz mal a eles, também não trará consequências para seu animal de
estimação. No entanto, o álcool é absorvido ainda mais rapidamente pelo
aparelho digestivo dos pets e metabolizado no fígado. Alguns dos efeitos são
náuseas, vômitos, problemas respiratórios e coma.
5. PRESENTE VIVO
Há quem
escolha presentear aquele amigo ou parente querido com um animal de estimação.
A surpresa pode ser inesquecível, mas é bom pensar duas, três ou até vinte
vezes antes de fazer essa opção. “Quando as pessoas não estão preparadas para
receber um animalzinho, a situação pode acabar em abandono, que é crime
ambiental”, alerta Ana Paula. O cuidado deve ser redobrado se o
"mimo" for destinado a uma criança. Dependendo da idade, o novo dono
não terá responsabilidade suficiente para cuidar do bichinho e, nesse caso, a tutela
fica por conta dos pais.
6. FITAS, SACOLAS E PLÁSTICOS
As pessoas
costumam colocar os presentes no chão, em torno da árvore de Natal. Por ficarem
no piso, local de fácil acesso, as embalagens plásticas e fitinhas atraem cães
e gatos, que podem morder e engolir os materiais. O perigo é parecido com o das
bolinhas penduradas na árvore. Então, se o seu animal for do tipo curioso ou
bagunceiro, guarde os presentes em um lugar que ele não alcance.
7. FOGOS DE ARTIFÍCIO
Os cães têm uma audição muito aguçada, o que pode ser útil
para que eles ouçam, de longe, quando o dono chega ou quando algum perigo se
aproxima. Mas o que é uma vantagem durante todos os outros dias torna-se um
problema no período de festas. A explosão de fogos de artifício assusta os
animais. “Recomendamos que os donos fiquem próximos dos bichos, para
tranquilizá-los. Também é bom colocar um pouco de algodão nos ouvidos deles”,
diz Carla Berl. “Em alguns casos, os veterinários podem até prescrever
calmantes”, afirma.
8. CALOR
As festas de
fim de ano coincidem com o início do verão e, por isso, é bom tomar cuidado
para evitar a desidratação. “Dê água gelada e deixe o animal em um lugar onde
haja sombra. Paredes e pisos frios também são opções para o pet encostar e se
refrescar”, diz Carla. Outra dica é evitar passeios em horários muito quentes.
De acordo com a veterinária, se o cachorro ou gato tiver pelagem clara e
estiver exposto ao sol, o dono deve passar protetor solar (produtos específicos
para animais, encontrados em pet shops) em áreas mais sensíveis, como as
orelhas.
9. VIAGEM DE CARRO
Se for
aproveitar a virada do ano na praia e o bichinho for junto, certifique-se de
que a viagem será confortável. “O ideal é que tanto gatos quanto cachorros
sejam levados dentro de caixas de transporte de tamanho adequado”, explica Ana
Paula. “Evite alimentar o animal nas duas horas que antecedem a viagem, para
que ele não vomite no caminho, e, se o percurso for longo, pare algumas vezes
para o animal fazer xixi”, diz. Além disso, prefira viajar nos horários mais
frescos – bem cedinho ou durante a noite.
10. HOTEL
Quem vai
viajar e não tem como levar o pet, pode optar por deixá-lo em um hotelzinho.
Antes de escolher o estabelecimento, faça uma pesquisa para ver qual é mais
confiável, se os profissionais são aptos a lidar com eventuais problemas de
saúde, como são as instalações... “É importante deixar todos os seus contatos
para que você seja encontrado facilmente no caso de uma emergência”, indica
Carla.
(Publicado em Casa e Jardim – Globo.com)
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