PORQUE NUNCA VISITAR UM ZOOLÓGICO
Por Danielle Bohnen
(especial para a ANDA)
(Foto: Corbis)
Os zoos são
prisões onde vivem encarcerados milhares de animais
o desfrute daqueles que vão visitá-los. Nessas prisões, com a ilusão de serem
livres, há todos os tipos de animais expostos como se fossem obras de arte em
um museu. Uma visita a qualquer zoológico é suficiente para darmos conta de que
a liberdade não existe. As jaulas, gaiolas e outros espaços mais ou menos
reduzidos são as “casas” onde são obrigados a viver presos muitos animais,
longe de seu habitat natural e muito longe de conhecerem uma vida satisfatória.
(Foto: Corbis)
Animais como leões, tigres, cervos, elefantes, etc., que
normalmente percorrem longas distâncias em um curto período de tempo procurando
por comida e que necessitam do contato direto com outros animais como eles,
passam os dias entediados e sozinhos ou com não mais do que um companheiro de
sua espécie. Suas ações “habituais” são reguladas nos zoos e eliminadas com
regimes de alimentação e acasalamento.
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O dia a dia
nos zoos é monótono e repetitivo. Na maioria dos casos não existe nenhum tipo
de privacidade nem estímulo e, por isso – como ocorreria conosco – os animais
têm um grande sofrimento físico e emocional. Esse padecimento devido à falta de
liberdade é algo tão evidente que em todos os zoos, se você observar com um
pouco mais de atenção, vai perceber animais
com transtornos psicológicos devido ao estresse e a ansiedade que viver
enjaulados causa neles. Muitos animais manifestam comportamentos
estereotipados, ou seja, repetem monotonamente o mesmo padrão de comportamento
e/ou movimentos.
Nascidos livres ou nascidos
escravos
(Foto: Corbis)
Muita gente
considera que é mais aceitável sequestrar um animal que vive em seu habitat
natural para enjaulá-lo em um zoo do que enjaular a vida toda um animal que
nasceu em cativeiro, ou vice-versa. Porém, o certo é que o sofrimento ao que
são submetidos pela falta de liberdade não pode ser justificado em função do
lugar onde nasceu. Os que nasceram em liberdade terão que sofrer a perda de sua
família, o transporte angustioso até o zoo, a confusão de não entender o que
aconteceu, etc. Já aqueles que nasceram em cativeiro, igualmente àqueles que
nasceram livres, sofrerão por toda sua vida não poder vivê-la de acordo com sua
natureza, necessidade e como eles próprios o decidam.
Fins educativos?
Há quem diga
que os zoos são locais para fins educativos, ou seja, que ensinam a seus
visitantes os diferentes comportamentos dos animais, influenciando os humanos a
respeitá-los, mas a verdade é que o que se aprende em um zoo é que é
aceitável privar um animal de sua liberdade para nosso benefício.
Independentemente que os zoos sejam locais onde se possa aprender mais ou menos
sobre o comportamento dos animais, sua existência é inaceitável. Privar alguém
de liberdade e ocasionar seu sofrimento não pode ser justificável em nenhum
caso com a desculpa de que nós aprendemos alguma coisa com isso. A muitos de
nós, provavelmente, interessa como vivem e se relacionam seres humanos de
outras culturas e sociedades, mas jamais aprovaríamos que pessoas fossem privadas
de liberdade para facilitar nossa aprendizagem. Os animais, como seres com
interesses próprios, merecem ser respeitados da mesma forma.
Preservar espécies condenando
indivíduos
Outro
argumento encontrado por quem defende a existência dos zoos, é que estes
cumprem uma função conservacionista, em outras palavras, nesses locais são
criados, acasalados e enjaulados animais que se encontram em perigo de extinção
para que possamos conhecê-los. Assim, há quem defende os zoos como locais de
preservação de determinadas espécies, para manter a sua existência devido ao
interesse que temos nós, os humanos, em desfrutar de sua existência. Mas a
verdade é que o importante não é o desaparecimento de uma determinada espécie e
sim a morte e o sofrimento desses seres que a conformam. Uma espécie não sofre
um desaparecimento, quem sofrem são cada um dos que formam parte dela, e por
isso, a existência de um determinado grupo jamais justifica a escravidão de
seus indivíduos.
(Foto: Corbis)
Outras vítimas
Os animais
que são expostos nos zoos não são os únicos que padecem devido à existência
deles… coelhos, ratos, pintinhos e outros animais são criados e assassinados
para servir de alimento aos animais expostos. Além disso, alguns dos animais
que são expostos acabam não atraindo tantos os visitante e por isso muitos são
assassinados ou vendidos. Cervos, leões, tigres e outros animais que ficam
velhos (deixando de ser tão atrativos como quando são jovens), adoecem ou são
vendidos a caçadores que pagam pelo privilégio de mata-los em suas reservas de
caça privadas. Outros animais que “sobram” também são vendidos a circos e zoos
menores ou com menor reputação.
Além dos zoológicos
Se você é
uma pessoa interessada em aprender a respeito dos animais (não podemos esquecer
que os humanos também são animais) há muitas coisas que você pode fazer para
conhecê-los e inclusive para ajudá-los. Em primeiro lugar, não vá ao zoológico
nem a lugares onde os animais são expostos e privados de liberdade. Circos,
aquários, golfinários, etc, são todas diferentes caras da mesma moeda: a
exploração animal. Você pode aprender muito sobre os animais visitando páginas
na internet, com documentários de vídeo, em livros e enciclopédias, etc. Mas,
talvez, o melhor para isso é que aprendamos a respeitá-los e a reconhecer que,
mesmo que sejamos muito diferentes em algumas coisas, no fundo (a capacidade
para sofrer e desfrutar de nossas vidas) somos iguais.
(Foto: Corbis)
Você também
pode ajudar os animais fazendo com que outras pessoas também deixem de visitar
esses tipos de locais, falando com seus amigos e familiares sobre o porquê não
devem visitar os zoos, distribuindo folhetos ou outras informações sobre especismo,
ajudando ONGs a conquistar seus objetivos em prol dos animais, etc. Há muitas
formas de ajudar os animais e de fazer que nenhum deles acabe sua vida em um
zoo.
Para mais informações sobre zoos, visite o website da ONG
Igualdad Animal sobre suas pesquisas de zoológicos espanhóis: VidasEnjauladas.org.
(Publicado por ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais)
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