Rejeitado por zoos e esperando lar há 3 anos, leão Juba chega a São
Paulo e ganha uma casa nova.
Aliny Gama
Do UOL, em Maceió
Com muitas
marcas no rosto e pelo corpo dos maus-tratos sofridos ao longo de uma vida em
cativeiros particulares, Juba foi rejeitado por vários zoológicos antes de ser
acolhido por uma ONG.
A vida de
maus-tratos e tristeza do leão Juba, 18, chegou ao fim. Nesta sexta-feira (15),
o animal foi transferido do Ceará para São Paulo em uma viagem aérea que durou
4 horas para finalmente viver em uma nova casa, construída em um santuário
ecológico em Jundiaí (a 58 km da capital paulista).
O voo que
trouxe Juba pousou no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, às 16h30min. O leão
teve uma viagem tranquila e não precisou ser sedado. O manejo para retirar a
caixa de transporte de Juba do avião durou duas horas e até a PRF (Polícia
Rodoviária Federal) ficou à espera do animal para fazer a escolta até Jundiaí.
Juba estava
há mais de três anos em um dos recintos improvisados do Cetas (Centro de
Triagem de Animais Silvestres) do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis), em Fortaleza, depois que foi apreendido em
um zoológico particular no Ceará, em 2008. O zoológico foi fechado devido às
irregularidades de maus tratos com os animais, que ficaram por pouco tempo no
Cetas - apenas Juba e duas leoas, Yasmin e Tchutchuca, ficaram à espera de
adoção.
Por estarem
com uma aparência boa, as leoas logo ganharam candidatos interessados em
adoção. Tchutchuca foi transferida em janeiro para o zoológico de Teresina,
enquanto Yasmin iria para um zoológico em Minas Gerais, mas a adoção não deu
certo. Ninguém se interessou por Juba, mas a ONG Mata Ciliar se ofereceu para
cuidar do animal em definitivo. Nesta sexta-feira (15), Yasmin pegou “carona”
no avião que levou Juba para São Paulo para ser levada para a Fazenda
Kirongosi, em Álvaro Carvalho (a 450 km de São Paulo).
De acordo
com a voluntária da Mata Ciliar, Fátima Nogueira, o valor da passagem de Juba
foi negociado e baixou de R$ 21 mil para R$ 13,6 mil. “A TAM doou R$ 11.300 e
nós completamos os R$ 2.300 que faltavam”, contou Nogueira, destacando que o
valor pagou um pallet inteiro no
avião, que coube a caixa de Yasmin. “Conseguimos que a empresa concordasse em
trazer no mesmo pallet Yasmin sem
aumentar o valor da passagem.”
A ida do
terceiro veterinário, que voltou com os animais dentro do cargueiro, foi paga
com parte do valor que sobrou da arrecadação de voluntários para a conta de
Juba.
A campanha
para ajudar o leão a ganhar um novo lar conseguiu arrecadar R$ 39.677,67.
Segundo Nogueira, na página do Facebook contém uma planilha com a prestação de
contas de todos os gastos, inclusive os R$ 30 mil relativos a construção do
recinto de Juba no santuário ecológico.
Operação de manejo
Da saída do
Ceará a chegada em São Paulo, Juba passou por uma preparação que se iniciou na
última quarta-feira (13) com a chegada de três veterinários da Mata Ciliar para
avaliar o animal e realizar os procedimentos de manejo para que ele não fosse
dopado para viajar. Apesar de os veterinários levarem uma mala com anestésicos
e uma aparelhagem para aplicação da droga, nada foi usado. Na tarde desta
quinta-feira (14), Juba entrou tranquilamente dentro da caixa. Lá mesmo almoçou
e tirou uma soneca. Neste momento, de acordo com relatos da voluntária Célia
Frattini, os veterinários aproveitaram para fechar a grade e Juba passou a
noite e madrugada dormindo sem notar que já estava trancado para seguir viagem
para a nova casa. O mesmo ocorreu com Yasmin, que também não deu trabalho para
entrar em sua caixa.
“Eles não
foram e não serão sedados. Dormiram esta noite em suas caixas e permanecem
tranquilos por si mesmo. Pensamos que sentem que tudo o que está acontecendo é
bom... e estão em paz!”, informou Frattini, que ficou registrando em tempo real
todos os procedimentos da viagem de Juba e Yasmin.
Segundo
Frattini, os trabalhos de manejo para levar as caixas com os leões até o aeroporto
começou logo cedo. Às 7h desta sexta-feira (15), as equipes do Ibama e da Mata
Ciliar já estavam a postos para avaliar as condições dos animais e fazerem o
transporte em duas caminhonetes.
Ao meio-dia,
Juba e Yasmin aguardavam o avião tranquilamente dentro das caixas e, durante a
viagem, também não deram trabalho algum. Durante a descarga e o transporte
deles aos novos lares, os animais continuaram tranquilos, sem a necessidade de
serem anestesiados.
Marcas
Devido às
marcas de maus tratos evidentes no rosto do leão, ocorridas em dois zoológicos em
que passou, Juba ficou três anos à espera de um “padrinho” para adotá-lo, mas
ninguém se candidatou.
Ao saber da
história do leão, que já havia sofrido maus tratos também em um zoológico no
Rio de Janeiro, a ONG Mata Ciliar, que possui um santuário ecológico em
Jundiaí, iniciou uma campanha para adotar o animal.
Foram idas e
vindas em mais de seis meses para conseguir arrecadar o valor de R$ 30 mil para
construir o recinto apropriado para o porte do animal, a doação de uma caixa de
transporte confeccionada especialmente para Juba e as guias de autorização da
transferência do leão.
Já com a
caixa pronta e levada para o Cetas para adaptação de Juba, a ONG esbarrou na
falta de transporte aéreo para levá-lo do Ceará a São Paulo –devido à idade e
aos problemas de saúde, Juba não poderia enfrentar uma viagem por via
terrestre.
Dois pregões
foram abertos para contratar uma empresa para transportar o leão, mas nenhuma
companhia se interessou em participar. A ONG e o Ibama conseguiram sensibilizar
a TAM Cargo para realizar o transporte, que cobrou o valor de R$ 15 mil, mas
baixou para R$ 8.000, porém, no dia anterior a viagem, a empresa informou que a
caixa de Juba não cabia em nenhum dos bagageiros dos aviões de carga que operam
a linha Fortaleza-São Paulo.
Voluntários
abraçaram a causa e fizeram uma nova campanha em redes sociais para arrecadar
doações para completar o custeio do transporte aéreo feito por outra companhia
aérea. Com R$ 2.460 em caixa, a Mata Ciliar conseguiu arrecadar R$ 7.217,00.
Nos próximos dias, uma nova planilha deverá estar atualizada com todos os
valores gastos para realização da “Operação Juba”.
(Postado em apascs.org.br)
Observação: Essa vergonha mundial, que é o comércio de animais, tem de acabar, juntamente com todos os zoológicos. Ah! Sim, não pensem que os zoológicos são uma maravilha. Os animais, todos eles, são retirados de seu habitat natural, sequestrados, a bem da verdade, para serem espalhados pelo mundo em zoológicos públicos e privados. Uma pouca vergonha!!! Essa gentalha ainda têm o peito de fazer propaganda e atrair as "crianças"!!! Os pais e as escolas são cúmplices da maldade, porque levam as "crianças" a esses locais. Não sabem o mal que estão fazendo??? O pessoal desses zoológicos vai dizer que "os animais são muito bem tratados". Não sei como!!! Foram retirados à força de onde moravam, ficam em pisos de cimento, ESCORREGANDO a toda hora, porque não sabem caminhar ali. Alimentados??? E daí??? Duvido que a comida tenha o mesmo gosto em casa e na cadeia!!! É o fim da picada mesmo, que se use dinheiro público, o nosso dinheiro, pra perpetuar esse horror. Nos circos isso já está sendo combatido e, aos poucos, tenho fé que essa barbaridade vai terminar em todo o país. O contrabando de animais no mundo todo é uma "indústria" de bilhões de dólares. Então, não vai acabar assim no mais. E seus cúmplices são os donos de circos, os gestores públicos, os professores e os pais, culpados da manutenção dos zoológicos. Não tem nada de levar as "crianças" ao zoológico. As crianças não precisam "ver tudo". Aliás, as "crianças" são usadas como desculpa pra tudo. "As crianças têm de conhecer os animais." É claro, por fotos, filmes, etc., nos seus respectivos habitats!!! E não animais acuados, maltratados, totalmente depressivos e sem qualquer esperança de uma vida digna!!! Não importa o tratamento dado a eles, eles são VÍTIMAS DA MALDADE HUMANA !!! Não pensem que esses gestores públicos são "bonzinhos". Não são, senão acabariam com essa barbaridade. E o que fazem é CRIME, sim, porque nem imaginam de onde vêm esses pobres bichos. Dizem que são "animais legalizados". Legalizados por quem??? É tudo mentira. São animais contrabandeados, sequestrados e muito maltratados. De cada DEZ animais sequestrados, apenas UM vive e pode ser aquele justamente que está na sua frente, no zoológico. Mas, ao vê-lo, pense nos outros NOVE que morreram devido à ganância humana. Vejam vídeos do tratamento dado a esses animais: www.pea.org.br e demais endereços acima. Nunca mais levem as "crianças" em qualquer zoológico. Elas estarão regredindo na evolução humana, com certeza. Com a internet, todos podem ir a qualquer parte do mundo. Vão!!! E deixem os animais nas suas casas.
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