MEDICINA VETERINÁRIA - RESPEITO, COMPAIXÃO E ÉTICA HOLÍSTICA
Vivemos em
uma sociedade dominada pela prioridade do bem-estar humano. Isto aponta para
uma discussão sobre a ética no meio social, associada ao poder da educação, irradiando-se
em várias vertentes ... Toda ética, por questão de bom senso, deveria ser
altruísta e não exclusivista. Entretanto, as formações escolares e
universitárias demonstram que vem se construindo morais subjacentes, que
justificam uma série de meios e métodos para alcançar-se a finalidade da
"efetiva formação para o mercado de trabalho".
As
fundamentações das escolas médicas traduzem visões biocêntricas e tecnocêntricas
de ensino, sendo o corpo estudado por partes e a doença vista apenas como o mau
funcionamento dos mecanismos biológicos; considerando-se o objetivo central da
ação médica, a intervenção física ou química para normalizar o funcionamento da
unidade danificada. Ou seja, a medicalização da dor e do sofrimento em uma
visão reducionista. E o componente ético, onde fica? Pode-se dizer que os temas
"dor" e "sofrimento" são, de certa maneira, omitidos ou
negligenciados pelos educadores da área de saúde que elaboram os currículos de
formação dos futuros profissionais.
A
objetividade da formação acadêmica como geradora do ganho financeiro,
desconectada do sentido da vocação e da empatia, vem construindo uma série de
estímulos à deturpação do que realmente significa "cuidar dignamente de um
ser vivo". A paixão pela ciência e a curiosidade em desvendar a patologia
tornou-se algo que, nas entrelinhas, se expressa como um distanciamento
emocional da realidade do paciente; seja este paciente um ser humano ou um
animal.
O
"sofrimento", como conceito de maior abrangência que a "dor"
e como "expressão natural de qualquer ser vivo", parece ter sido ignorado
por muitos cientistas, ao longo dos séculos, por motivos convenientes aos projetos
da Mitológica Ciência ...
Alguns cientistas,
hoje, ainda afirmam ser algo essencial para a evolução da ciência o uso dos
animais em pesquisas. A polêmica gerada pelos
meandros da vivissecção está muito além das discussões emergentes em nível
mundial. A utilização de animais nestes estudos ainda é fragilmente
justificada; pois, segundo estes pesquisadores, o avanço tecnológico permite
substituir os bichos na produção de remédios e vacinas que salvam vidas, mas
muitos experimentos ainda necessitam dos seres vivos para se efetivarem.
Felizmente, como brilhante divergência de opinião da área acadêmica, destaca-se
o pesquisador Thales Trèz (do Departamento de Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais) - professor que coordena uma
Organização Não-Governamental de promoção de alternativas ao uso animal no
ensino e assegura, aos leigos no tema "medicina veterinária", que, em
todas as experiências científicas, o uso do animal é substituível. As
substituições dos métodos utilizados, por exemplo, nas aulas de fisiologia
cardiorrespiratória, em que costuma-se anestesiar os cães, abrir o tórax e
injetar substâncias para apreciar as reações orgânicas, seriam feitas por:
filmes, modelos tridimensionais e softwares
interativos, que revelam o interior dos animais.
A utilização
de cadáveres de animais nas aulas de anatomia já está sendo feita pela
faculdade de veterinária da USP, que declarou ter terminado definitivamente com
as aulas de técnica cirúrgica, que matavam animais; firmando, desde então,
parcerias com hospitais veterinários.
Muitos
alunos dos cursos de medicina veterinária espalhados pelo Brasil, sensíveis à
dor e ao sofrimento dos animais, se sentem desencorajados a denunciar os muitos
maus-tratos presenciados durante as aulas, por medo da discriminação por parte
de colegas e professores, ou seja, da "exclusão gradativa e
irreversível" por pensarem de forma diferente da maioria.
Mesmo
existindo o "Comitê de Ética no Uso de Animais" em algumas
universidades brasileiras, que averigua os sinais e reações que podem indicar dor
ou mal-estar do animal, fica aqui a pergunta: até que ponto podemos acreditar
em avaliações deste gênero?
Algumas
decisões relacionadas ao uso de animais, resultados de reivindicações de
ativistas ambientais, mostram que a luta vem gerando mudanças antes consideradas
quase impossíveis.
A Faculdade de Medicina do ABC foi a
primeira no Brasil a proibir experimentação com animais vivos na graduação.
Nos Estados Unidos, instituições renomadas, como Harvard, Yale, Stanford e Mayo
Medical School, há anos, não utilizam animais no ensino médico e tantas outras
universidades permeadas pelo polêmico tema "sofrimento dos animais"
estão, compulsoriamente, revendo o que parecia algo definitivo: a opinião da
ciência como algo indiscutível ...
Apesar dos
avanços, o movimento mundial para a substituição do uso de animais por outros
modelos ainda precisa do apoio incondicional de todos os defensores da
natureza, a fim de que o verdadeiro respeito pelo bem-estar animal seja uma
realidade concretizada amplamente.
Um sonho
para muitas pessoas, mas para os ativistas um futuro possível - ver o
surgimento de uma reforma curricular, que contemple claramente a necessidade
do surgimento de um pós-conceito, atrelado a uma competência
técnico-científica, marcada pela ética e compaixão, no viés de uma visão holística, como um diálogo entre as ciências e ensinamentos provenientes da contribuição
de defensores da natureza, entrelaçando-se através da criação de uma nova
disciplina a ser obrigatoriamente inserida nos planos curriculares dos cursos
de veterinária, expressa na ementa como "DIGNIDADE DOS ANIMAIS".
SOMOS AS VOZES DOS ANIMAIS E AS CONEXÕES PULSANTES DE SEUS
CORAÇÕES!!!
"GRUPO - ANIMAIS, SUJEITOS DE DIREITO"
Autora: Bianca Lobo e Luar (pedagoga holística,
cyberativista pela não-violência mundial, protetora defensora dos animais)
*** Enquanto isso, no
Brasil, ou melhor, aqui no RS, ou melhor, em Canoas, se matam animais como se
fossem bonecos sendo desmembrados. Exemplos: COLÉGIO CONCÓRDIA,
tão conceituado, e a Faculdade de Medicina Veterinária da ULBRA. E temos de
conviver com essa gentalha. Argh!!!
*** Este texto é bom
demais!!! Simples e “pra bom entendedor, meia palavra basta”.